Autismo e a escola

Laura recebeu o diagnóstico do Transtorno do Espectro Autista aos 4 anos de idade. Seus pais foram em busca dos profissionais necessários para as terapias solicitadas pelo médico, mas infelizmente não havia profissionais em sua região. A preocupação tomou conta da família, no entanto havia uma esperança: a escola.

Diante desse panorama tão frequente, trago algumas dicas para auxiliar você, professor, em realidades como essa:

  1. Investigue quem é a criança: Converse com os pais, entenda quais são suas habilidades, quais são suas dificuldades, se é verbal ou não, se apresenta hiperlexia ou dislexia, como é a interação social na família, se faz uso de medicamentos, seus reforçadores, etc.
  2. Rotina estruturada: As crianças típicas e atípicas necessitam de rotina pois traz a elas segurança e previsibilidade. Por isso, se organize para que todos os dias a ordem básicas seja a mesma. Seja começando com uma oração, com meditação ou canção, que todos os dias sejam da mesma forma.
  3. Material visual: Utilizar imagens para todas as atividades, comportamento e sentimentos é a dica de ouro. Normalmente é utilizado para a alfabetização e regrinhas em sala, mas utilize também para a rotina da sala, como hora do lanche, hora de escovar os dentes, etc.
  4. Linguagem direcionada: Falar de forma simples e resumida facilita o entendimento da criança. Em vez de gritar “desce daí menino, você vai cair e se machucar todo!”, vá para perto dele, esteja na mesma altura e diga baixinho: “descer”, seguido de ajuda física, caso necessário. Quando gritamos podemos desregular a criança, ocasionando uma crise. Busque alternativas de comunicação para as crianças não-verbais como por exemplo o método PECS (Sistema de Comunicação por Troca de Figuras).
  5. Atividades direcionadas: Ter atividades diferenciadas para a criança não é o ideal, por isso ofereça as mesmas tarefas, dando todo suporte físico necessário. Facilite os enunciados, em vez de escrever “Pinte bem bonito o quadrado de azul, o círculo de vermelho e o triângulo de amarelo”, você pode optar por: “Pintar” e utilize o desenho da forma geométrica = a cor necessária. Não deixe a tarefa pela metade, sempre conclua, mesmo que seja com suporte físico total. Concluir uma atividade é importante para a criança.
  6. Reforçador positivo: Descubra qual é o reforçador positivo da criança. Pode ser carrinho, dinossauro, algum personagem de desenho, massinha etc. Sempre que ela realizar uma atividade que é desafiadora, seja com ou sem suporte físico, ofereça o reforçador como um prêmio por ela ter tentado ou realizado.
  7. Incentive e oriente a interação social: O bullying está batendo às portas e precisamos cortar qualquer atitude suspeita. Por isso, esteja atento, oriente os coleguinhas, caso necessário, ofereça o suporte físico para a criança.

Essas são somente algumas dicas para o melhor desenvolvimento do aluno na escola, por isso é necessário que o professor esteja sempre atualizado, estudando novos conteúdos para que, assim, o seu trabalho seja mais eficaz com as crianças que estão dentro do espectro.

Este artigo é o quarto de uma série de seis. Leia os demais artigos da série:

1. Autismo, você está pronto para ele?

2. Autismo, qual o próximo passo?

3. Autismo: medicamentos ou terapias?

5. Autismo, evolução dentro de casa

6. Autismo e o papel do professor

Author

Elisa Kohler

Elisa é graduada em Música pelo Centro Universitário Adventista de São Paulo (UNASP-EC), Pós Graduada em Musicoterapia pela UniAmérica e Especialista em Autismo pelo Child Behavior Institute (CBI) of Miami, atuando na área desde 2012. Mora atualmente em Gurupi – Tocantins, Brasil. É casada com o pastor Renan Souza e mãe do Hullen e da Rebeca.

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