Acolhimento de alunos vítimas de catástrofes naturais

No mundo existem diversos eventos que podem também interferir nos processos de aprendizagem das crianças: guerras, furacões, tsunamis e criminalidade. Como acolher as crianças e adolescentes diante de traumas como esses? 

Best Practices June 5, 2024

“Na maneira de lidar com os que vagueavam no deserto, em suas marchas de um lado para o outro, expostos à fome, à sede e ao cansaço, sobre a ameaça de inimigos estrangeiros e na manifestação de Sua providência em seu socorro, Deus procurava fortalecer-lhes a fé e revelando-lhes o poder que continuamente operava para seu bem”. (White)

Em maio de 2024 o estado do Rio Grande do Sul, Brasil, enfrentou a maior catástrofe climática da sua história. A sequência de dias chuvosos desde o final de abril e o aumento do nível do leito dos rios inundou as cidades. A força da água destruiu bairros inteiros. Até o momento, de acordo com a defesa civil, 467 das 497 cidades gaúchas foram atingidas pelas enchentes – o equivalente a 94% do Estado. Até momento que escrevo, foram mais de 170 mortos, 56 desaparecidos, 80 mil pessoas desabrigadas e esta história ainda está sendo escrita. 

As estradas foram interrompidas, houve desmoronamentos, o nível das águas dos rios chegou a ficar 33 metros acima da cota de inundação. A natureza mostrou sua força e aquele som gostoso de chuva passou a aterrorizar o povo gaúcho. Certamente, com o Estado em situação de calamidade, a educação também ficou prejudicada.

Ao chegar na sala de aula e realizar o culto, me deparei com pedidos de oração dos meus alunos: “quero pedir pelo meu avô, que eu não sei se ele está morto ou só desaparecido”; “quero pedir pelos meus brinquedos, que saíram boiando na chuva”; “quero pedir pelo meu colega que não veio hoje porque a água chegou no segundo andar da casa dele”. Mediante a estas preocupações começo a pensar: como ensinar neste momento de crise? 

O Estado que resido vem passando por este evento traumático decorrente de eventos climáticos, mas no mundo existem diversos eventos que podem também interferir nos processos de aprendizagem das crianças: guerras, furacões, tsunamis e criminalidade. Como acolher as crianças e adolescentes diante de traumas como esses? 

Estes questionamentos me motivaram a buscar conhecimento para auxiliar nossos alunos a retomar as suas atividades do dia a dia, apesar das dificuldades. Preparei, então, uma Cartilha de Acolhimento que tem como objetivo capacitar educadores que estão passando por um momento de crise em seu país. Ainda que nestas situações de calamidade necessitamos da sabedoria divina para agirmos como Jesus com nossos educandos.

Nesta cartilha você vai encontrar:

– O impacto das tragédias na saúde emocional dascrianças e possíveis interferências em seus processos de aprendizagem; 

– Como nós professores podemos acolher as crianças e adolescentes; 

– Atividades práticas e lúdicas que auxiliam nadiluição dos traumas,

– Autocuidado do professor – nossos limites dentro destes contextos de crise.

Nós educadores precisamos nos preparar para a Educação do tempo do fim. Sabemos que todos estes eventos finais foram descritos pelo nosso Mestre e devemos estar preparados para acolher e orientar nossos alunos, assim como o povo de Israel foi acolhido e cuidado no deserto.

Author

Bruna dos Santos Xavier

Bruna é Fonoaudióloga, Pedagoga, Especializada em Ludopedagogia e Pedagogia das Emergências. Atua como professora de Projeto de Vida na Escola Adventista de Alvorada, Rio Grande do Sul, Brasil. Gosta de estudar e pesquisar sobre a infância, o brincar e a importância das atividades manuais para as crianças.

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