“Ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta pede para compartilhar para todos. Essa semana é muito decisiva pra vencer o Coronavirus.” O texto enviado por WhatsApp era acompanhado de um áudio de 58 segundos com orientações para o “isolamento social” dos brasileiros. Em 22 de março, o Ministro brasileiro explicou em uma coletiva de imprensa que o áudio atribuído a ele era falso: “Deixo aqui bem claro: todas as informações que eu for passar para a população serão feitas pelos canais oficiais do Ministério da Saúde”.
Uma pesquisa realizada pela DataFolha no Brasil apontou que o telejornalismo (61%) e jornais impressos (56%) são vistos como os mais confiáveis nas informações sobre o coronavírus. Por outro lado, o índice de desconfiança no WhatsApp (58%) e no Facebook (50%) foram os mais altos registrados. Wardle e Derakhshan (2017) analisam que as redes sociais dificultam o usuário de julgar a credibilidade de uma mensagem porque publicações como do News York Times e sites de fake news têm a aparência praticamente idêntica nessas plataformas. Para eles, o usuário está cada vez mais propenso a ser guiado nas notícias por amigos e familiares.
Seguem 7 dicas para ajudar a identificar uma desinformação ou fake news:
- URL do site – Muitos sites de fake news apresentam os nomes bem semelhantes com o de tradicionais veículos de comunicação. Entre no site oficial do veículo de comunicação e compare a URL.
- Texto – Notícias falsas apresentam uma série de erros gramaticais, usam adjetivos, textos alarmistas ou exagero na pontuação (especialmente uso excessivo de ponto de exclamação).
- Título -Verifique se o título e o conteúdo falam sobre o mesmo assunto. Algumas notícias podem apresentar um título alarmante e o texto não tem relação nenhuma com a manchete.
- Autor – Veja se a reportagem é assinada por algum jornalista ou agência de notícias.
- Outros sites de conteúdo – Pesquise em outros sites de notícias para ver se encontra algo sobre o mesmo assunto.
- Compare notícias verídicas também – Importante para ter um equilibro de opiniões sobre o mesmo assunto. Para isso, você pode também usar o aplicativo de um agregador de notícias como: o AP News (da Associated Press), o da Reuters, o Smart News e o Google Notícias.
- Sites de checagem – Confira a notícias antes de compartilhá-las. Para isso, você pode usar sites de checagem como: Comprova, AosFatos, FakeCheck, entre outros. Lembrando que durante a Pandemia, vários ministérios de saúde (como o Brasileiro) e empresas de comunicação estão oferecendo esse serviço.
Estudiosos propõe a alfabetização midiática na escola e que o professor oriente os alunos a analisar criticamente as notícias e conteúdos on-line para combater a desinformação. Wardle e Derakhshan (2017) destacam que um passo importante, por exemplo, é diferenciar os três tipos de “Desordem da Informação”:
- Informações incorretas (mis-information): conteúdo falso, mas que é compartilhado sem intenção de dano;
- Des-informação (dis-information): informação falsa disseminada para causar dano;
- Mal-informação (mal-inofrmation): conteúdo genuíno que é compartilhado para causar dano a uma pessoa ou instituição.
É imprescindível orientar os alunos para ficarem atentos a desinformação em conteúdo sobre a Pandemia, até mesmo para evitar pânico. Nesse período em que muitos alunos estão em “isolamento” ou sem aulas regulares na escola, podem ser usadas jogos educativos on-line de combate às fake news como: Be Internet Awesome (em português Seja Incrível na Internet) ou Get Smart with Sherlock (disponível em inglês).
1 comments
Parabéns, Suellen! Texto muito útil para a nossa época em que as pessoas simplesmente postam/repassam o que acham interessante.