Práticas pedagógicas e o protagonismo estudantil

Learning June 26, 2023

As práticas pedagógicas são fundamentais para desenhar um ensino que cumpra o papel de formação integral do educando, favorecendo o desenvolvimento de aspectos cognitivos, emocionais e comunicativos. 

A Pedagogia tradicional, surgiu no século 19, com uma concepção liberal que pretendia formar cidadãos integrados à sociedade capitalista que surgia. Essa abordagem buscava oferecer os conhecimentos necessários à adequação a esse novo modelo econômico. 

Libâneo (1990, p. 24) aponta que, como a pedagogia tradicional tinha como propósito adaptar o estudante à sociedade, utilizava, assim, um modelo de ensino enciclopédico. Nesse modelo, o professor era o detentor do saber e tinha a obrigação de transmitir o conhecimento ao educando para que este construísse uma visão de mundo a partir da ótica dos adultos. Não havia necessidade de reflexão por parte do discente, ele deveria apenas receber as informações e assimilá-las. 

No século 20, começa-se a discutir outro modelo pedagógico que insere no processo educativo a ação reflexiva e crítica, substituindo o ensino enciclopédico por um ensino que conecta o conteúdo à realidade. A partir de então, o estudante ganha protagonismo. Seu contexto social e seus interesses passam a integrar o currículo, e uma pedagogia inovadora passa a ser defendida. 

Tais práticas são desenvolvidas em sala de aula com a participação ativa e interativa de professores e estudantes, com uso de metodologias que possibilitem a construção do conhecimento e efetivem a aprendizagem.

Para tanto, é fundamental superar a visão tradicional que se têm de aula, em que o professor é responsável por transmitir a informação, reduzindo a participação do estudante e anulando seu protagonismo. Algumas dicas:

  • Práticas como discussões, debates, seminários, aprendizagem baseada em problemas e projetos de trabalho são algumas das muitas possibilidades de tornar a aprendizagem realmente significativa. 
  • Para que isso aconteça, entretanto, é necessário que o professor organize um planejamento que tenha como foco a compreensão e não o conteúdo. Que tenha a clareza de onde se pretende chegar, quais evidências serão suficientes para demonstrar a construção do conhecimento e o desenvolvimento da aprendizagem e que percurso deverá ser feito para que o planejamento se efetive, estabelecendo as estratégias e os recursos que serão utilizados. 
  • Além disso, é preciso pensar num processo avaliativo eficiente, que ofereça ao professor dados muito mais precisos do que apenas a assimilação de conceitos. 
  • Por fim, essa prática deve contemplar a diversidade, visto que os estudantes aprendem de maneiras diferentes, portanto, as metodologias devem ser variadas para atender às suas particularidades. E o que é metodologia? É o percurso que se faz para atingir um objetivo; no caso da educação, relaciona-se com a maneira como o ensino é desenvolvido, envolvendo procedimentos, métodos e técnicas usadas para realizar a ação pedagógica. 

A escolha do modelo pedagógico desenvolvido pelo professor evidencia se o ensino tende a manter a ordem tradicional da vida social ou se aponta para uma proposta de intervenção e transformação. 

E onde nos situamos em meio a tantos modelos? Não podemos perder de vista que “a verdadeira educação inclui todo o ser”, (WHITE, 1970, p. 13) e que a missão da Educação Adventista, portanto, é promover o desenvolvimento integral e a formação de cidadãos autônomos.

Referências Bibliográficas

WHITE, E. G. O melhor da vida. Santo André, SP: CPB, 1970.

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