Adaptações para inclusão

Best Practices August 10, 2023

O principal lugar onde se verifica a ocorrência do ensino-aprendizagem é a sala de aula. A escolarização deve ser mediada por processos que envolvem a organização da rotina, dos métodos, das estratégias e dos recursos pedagógicos que irão garantir o aprendizado.

No caso da inclusão, não existe uma prática de ensino específica para deficiências ou dificuldades de aprendizagem. O aluno aprende no seu tempo, limite, cabe ao professor levar isso em conta. Explorando convenientemente as possibilidades de cada aluno. Não deve ser uma aceitação passiva do desempenho escolar, mas agir dentro da realidade e com coerência.

É preciso analisar o tempo previsto e o tempo flexível a fim de ajustar as expectativas à realidade de cada aluno:

Tempo PrevistoTempo Flexível
São estratégias necessárias quando o aluno apresenta sérias dificuldades para aprender. Quando as demandas escolares necessitam de ajustes para favorecer o aluno de inclusão.São ajustes no tempo da escolarização com o objetivo do aluno para adquirir conhecimentos e habilidades que dependam do seu ritmo. Quando um conhecimento de conteúdo seja indispensável para novas aprendizagens.

Além disso, muitas vezes são necessárias adaptações curriculares relacionadas às possibilidades educacionais de atuar diante das dificuldades do ensino-aprendizagem. Adaptações no currículo regular são necessárias para torná-lo apropriado às peculiaridades do aluno com necessidade especial.

As adaptações devem ocorrer nos três níveis do planejamento educacional:

Projeto Político PedagógicoCurrículo da ClassePlano Ensino Individual
Ações flexíveis no currículo para o desenvolvimento em sala de aula para atender as demandas do aluno. Deve prever o estimulo e a diversificação de técnicas, metodologias, procedimentos e estratégias de ensino, organização de recursos de materiais, agrupamentos...São adaptações realizadas pelo professor na sala de aula. O objetivo é a organização dos procedimentos didáticos-pedagógicos que serão utilizados para que o aluno participe de forma muito mais efetiva da aula e se sinta pertencente ao grupo.Adaptações na atuação do professor que identificará os fatores que interferem no processo de aprendizagem do aluno. Considerando o nível de competência curricular do aluno, as alterações graduais e processuais no aprendizado deste aluno.

Muitos educadores se dizem não preparados para trabalhar com um aluno de inclusão. Os professores esperam uma preparação ou uma formação específica para ensinar os alunos com dificuldades de aprendizagem, deficiência, problemas de indisciplina ou transtornos.

Ensinar na educação inclusiva requer repensar o papel do professor e das práticas pedagógicas em nosso sistema de ensino. A inclusão escolar não se enquadra dentro de um ensino tradicional, mas necessita da preparação do professor. Será insuficiente o professor ter o preparo para a inclusão sem poder executar a inclusão com seu aluno.

A escola deve, com base na sua realidade e nas características individuais de cada aluno, buscar estratégias para o processo de ensino-aprendizagem aconteça com qualidade. A possibilidade que cada aluno traz e os objetivos traçados no projeto político-pedagógico de cada escola é que fará com que educação seja de qualidade para todos (Schmidt, 2014).

Author

Sandra Simonetti Vieira Gomes

Profissional especializada em Transtorno do Espectro Autista (TEA). Formação em Pedagogia, Orientação Educacional, neuropsicopedagoga, e especialização em Educação Inclusiva. Presidente e fundadora da Associação Grupo de Apoio e Orientação as Famílias Autistas de Alvorada (GAOFAA e mãe de 2 meninos com Transtorno do Espectro Autista (TEA).

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