Como mencionado no artigo anterior, o modelo de gestão participativa pode ser implantado em alguns princípios. Nesse artigo destacamos dois deles: (1) relação orgânica entre a direção e a participação dos membros da equipe escolar e o (2) planejamento de tarefas.
- Relação orgânica entre a direção e a participação dos membros da equipe escolar
Com a supervisão e direcionamento do diretor, a equipe escolar deve formular o projeto político pedagógico da unidade. Deve haver uma ampla discussão com a comunidade sobre os interesses dentro do contexto social e, a partir daí, formular um documento orientador que define os objetivos a serem alcançados. Nas palavras de Veiga:
O projeto político pedagógico, ao se constituir em processo democrático de decisões, preocupa-se em instaurar uma forma de organização do trabalho pedagógico que supere os conflitos, buscando eliminar as relações competitivas e autoritárias, rompendo com a rotina do mando impessoal e racionalizado da burocracia que permeia as relações no interior da escola, diminuindo os efeitos fragmentários da divisão do trabalho que reforça as diferenças e hierarquiza os poderes de decisão (2008, p. 13).
Nota-se que o Projeto Político Pedagógico cria um ambiente propício para que a educação adquira um tom mais democrático em suas atribuições, pois através dele deixa-se de lado a burocracia imposta pelo sistema e tem-se uma maneira mais participativa de se trabalhar no âmbito educacional, pois o resultado final do projeto deve ser tido com o reflexo do esforço coletivo de todos os interessados nos benefícios que a educação proporciona, sendo assim, o Projeto Político Pedagógico pode ser concebido como um grande viés para a democratização da educação.
- Planejamento das tarefas
Após definir os objetivos a serem alcançados deve-se fazer um amplo planejamento das tarefas, inserindo o passo a passo, previsão dos recursos que serão dispendidos, prazos, formas de controle e avaliação do processo. O projeto pedagógico que foi elaborado por todos os agentes envolvidos deve-se tornar um documento norteador que unifica as ações dos membros gerando esforço para execução dos objetivos propostos. Durante todo o processo deve haver controle e reuniões constantes de análise do desenvolvimento das metas traçadas.
Se, todavia, concebemos a comunidade – para cujos interesses a educação escolar deve voltar-se – como real substrato de um processo de democratização das relações na escola, parece-me absurda a proposição de uma gestão democrática que não suponha a comunidade como sua parte integrante. (PARO, 2005, p. 15).
Por fim, é importante destacar que a direção da escola precisa ser intencional buscando sempre atingir os objetivos políticos pedagógicos, o gestor deve ter em mente que além de buscar oferecer uma formação integral aos alunos, também precisa cumprir a função social de mediação e da formação humana.
