Métodos para o processo de alfabetização segundo a ciência

South American November 9, 2023

Fazer parte da trajetória de alfabetização como um professor é algo fantástico, mas também uma missão que demanda responsabilidade e compromisso. Lopes (2021, p.121) diz que o ensino da leitura, ao contrário do que parece, é muito importante, pois ele é fundacional e instrumental a muitas aquisições posteriores. Sendo assim, é imprescindível que os professores dos anos iniciais do ensino fundamental busquem métodos para fundamentar suas práticas pedagógicas a fim de alcançar o maior número de alunos e que traga uma experiência digna para cada discente.

Bem sabemos que a ciência não produz métodos, mas desenvolve parâmetros de pesquisa para que, a partir desses estudos, sejam formadas metodologias capazes de suprir necessidades, sendo o foco dessa pesquisa em questão, métodos para o melhor desenvolvimento do ensino da leitura e escrita dentro do processo da alfabetização. Muitos dos argumentos e “táticas” ensinadas nas escolas como, por exemplo, as repetidas decorações de conteúdos, já não são mais bem vistas pelos alfabetizadores atuais. Como menciona Brandão (2008, p. 21): “Métodos de alfabetização tem um material pronto: cartazes, cartilhas, cadernos de exercícios. Quanto mais o alfabetizador acredita que aprender é enfiar o saber-de-quem-sabe no suposto vazio-de-quem- não-sabe, tanto mais tudo é feito de longe e chega pronto, previsto.”

Isso ocorre pelo fato que mais e mais estudos científicos revelam que o cérebro em desenvolvimento aprende de maneira qualitativa, através de sua interação com o meio e da participação ativa do aluno em seu conhecimento. Para que se alcance tal finalidade, a aprendizagem necessita, entre tantas questões, fazer sentido ao aluno, estando entre seu meio de vivência e suas práticas diárias. 

Partindo desse ponto, podemos acrescentar a motivação como uma das características importantes que deve ser desenvolvida por docentes e discentes. “Da mesma forma que sem fome não aprendemos a comer e sem sede não aprendemos a beber água, sem motivação não conseguimos aprender”, afirma Izquierdo (2012).

Quando entramos no tópico ensino e aprendizagem da leitura e escrita, sabe- se que, diferentemente da fala, que é parte do plano de desenvolvimento cognitivo do ser humano, a leitura e a escrita não fazem parte da programação do nosso cérebro, ou seja, ler e escrever é um ato que precisa ser ensinado de maneira explícita. Assim, é necessário buscar meios pelos quais a aprendizagem se faça real e presente dentro de sala de aula. 

Segundo Oliveira (1993), aprendizagem é “o processo pelo qual o sujeito adquire informações, habilidades, atitudes, valores e etc. a partir do seu contato com a realidade, o meio ambiente e as outras pessoas”. Sendo assim, percebemos que se faz necessário uma busca interessada para descobrir os métodos que auxiliam e transformam o processo de alfabetização em uma caminhada tranquila e bem-sucedida, métodos comprovados e estudados cientificamente.

*Este é o segundo artigo da série de cinco artigos Alfabetização baseada na Ciência. Os artigos serão publicados todas as quintas-feiras do mês de novembro de 2023. Ler o primeiro artigo da série.

BRANDÃO, C. R. O que é Método Paulo Freire. São Paulo: Brasiliense, 2008. BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, 2018.

IZQUIERDO, I. Neurociência: como ela ajuda a entender a aprendizagem. Revista Memória em Rede, ed. 253, jun./jul. 2012. [Título original: Toda a atenção para a neurociência]. Disponível em: www.novaescola.com.br. Acesso em: 05 set. 2022.

OLIVEIRA, M. K. Vygotsky. São Paulo: Scipione, 1993.

Authors

Emily Marini

Graduada em Pedagogia pelo Centro Universitário Adventista de São Paulo, Brasil.

Fabiana Schonardie

Graduada em Pedagogia no Centro Universitário Adventista de São Paulo, Brasil.

Giza Sales

Doutora em Educação pela Universidade Estadual Paulista (UNESP). Docente do Centro Universitário Adventista de São Paulo, Brasil.

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