O propósito do docente em participar do processo da alfabetização e conduzir ao ensino da leitura e escrita, é fornecer um método eficaz e que auxilie o aluno para que ocorra uma aprendizagem mais prática, leve e de sucesso. Dentro desta realidade, o método que mais tem ganhado prestígio por seus resultados, ainda tenha muito a melhorar e crescer, é o método fônico. Este método foge da tradicional memorização do alfabeto, buscando trazer um significado mais concreto para que isso auxilie as crianças e conhecer de fato cada letra, seu som, seu nome, suas combinações, entre outros, fazendo muito mais sentido na alfabetização. Nesse aspecto podemos acrescentar que,
Quando o professor trabalha com o ensino de leitura e escrita precisa desenvolver atividades relacionadas as unidades linguísticas (sílabas, rimas, fonemas) e suas posições em uma palavra (inicial, intermediária, final), também precisa se atentar a natureza do léxico da palavra e desenvolver atividades que envolvam a comparação, categorização e transformação das palavras. (BUZETTI, 2022, p.283)
Segundo Soares (2008), o método fônico consiste na associação de símbolo e som. Ou seja, o aluno aprende o som que aquele símbolo representa e assim, quando junta duas ou mais letras, reproduz o som que se cria em conjunto. De acordo com Seabra e Dias (2011), o método fônico propõe um estudo explícito e sistemático para que o aluno consiga fazer a correspondência entre som e letra, desenvolvendo as habilidades metafonológicas.
O método fônico é considerado um dos mais eficazes dentro do processo da alfabetização, e que “[…] produz leitores de maior competência” (CAPOVILLA, 2007, 08). Uma vez que o método apresentado traz uma correlação entre o som e a escrita, a palavra falada, quando bem analisada pelo aluno, é mais facilmente escrita. O mesmo ocorre quando a criança pratica a leitura, analisando a palavra escrita, seus símbolos e, previamente, sabendo seus sons, silaba por silaba a criança consegue ler.
O método consiste em atividades fônicas e atividades metafonológicas. As atividades fônicas concentram-se na introdução sistemática de correspondências grafofonêmica para a construção da leitura e da escrita. As atividades metafonológicas concentram-se em exercícios para o desenvolvimento da consciência fonológica, especialmente no nível fonêmico (CAPOVILLA; CAPOVILLA, 2007, p.XXI).
No método fônico as primeiras letras/símbolos apresentadas e ensinadas são as vogais, posteriormente as consoantes, sílabas e por fim palavras mais complexas (FRADE, 2007). Mesmo que haja uma fórmula para que o método seja colocado em prática, Romera e Araújo (2022) advertem que as abordagens não sejam maçantes e repetitivas, lembrando que há maneiras lúdicas que podem fazer parte do planejamento do professor dentro de sua docência. As autoras ainda afirmam que “é imprescindível que o professor alfabetizador desenvolva atividades que possibilitem perceber a relação entre grafema e fonema, construindo assim a consciência fonológica.” (ROMERA; ARAÚJO, 2022, p. 222).
Por fim, entendemos que ter os meios não é o bastante, O professor precisa se comprometer ao realizar uma tarefa tão importante como a de alfabetizar. Assim, podemos considerar que além do método fônico ser grandemente eficaz, é necessário permanecer inerente ao que diz a ciência e suas descobertas, buscando aprimorar o ensino e o modo de se fazer aprender, afinal, a educação e a ciência estão em constante transformação e crescimento.
*Este é o QUARTO artigo da série de cinco artigos Alfabetização baseada na Ciência. Os artigos serão publicados todas as quintas-feiras do mês de novembro de 2023.
BUZETTI, M. C. Evidências científicas na alfabetização: experiências possíveis na escola pública. HUMANIDADES E TECNOLOGIA (FINOM), v. 35, n. 1, p. 281-289, 2022.
CAPOVILLA, A. G.S.; CAPOVILLA, F. Alfabetização: Método Fônico. São Paulo: Memnon, 2007.
ROMERA, V.; ARAÚJO, R. N. Alfabetização: a efetividade do método fônico. Revista Processando o Saber, v. 14, p. 216-228, 2022.
SEABRA, A. G.; DIAS, N. M. Métodos de Alfabetização: delimitação de procedimentos e considerações para uma prática eficaz. n.87. Revista Psicopedagogia. v. 28. São Paulo, 2011.
SOARES, M. Alfabetização e letramento. 5. ed. São Paulo: Contexto, 2008. SOARES, M. Letramento. Belo Horizonte:Autêntica, 1998.