O Processo da Alfabetização

South American November 16, 2023

Para que o aluno seja considerado alfabetizado, espera-se que ele saiba o alfabeto, em sua forma fonêmica, os sons da língua, e seus grafemas, letras. Entender a mecânica da escrita e da leitura é indispensável para que o indivíduo consiga codificar e decodificar uma mensagem. É válido saber que “alfabetizar é trabalhar com a apropriação pelo aluno da ortografia do português do Brasil escrito, compreendendo como se dá este processo (longo) de construção de um conjunto de conhecimentos sobre o funcionamento fonológico da língua pelo estudante. Para isso, é preciso conhecer as relações fono-ortográficas, isto é, as relações entre sons (fonemas) do português oral do Brasil em suas variedades e as letras (grafemas) do português brasileiro escrito.” (BRASIL, 2018, p.35)

É necessário que o aluno consiga fazer a ligação entre os sons que a palavra possui, para saber quais letras a formam, e, por fim, como se escreve. Bem, sabemos que aprender uma língua não é tão simples e que o processo pode ser mais complicado, por conta das variações de determinada língua e seus ricos fonemas. Para isso é necessário adotar métodos que facilitem a aprendizagem do aluno em relação à consciência fonológica.

Por exemplo, os pontos necessários para a jornada da alfabetização em língua portuguesa são listados pela BNCC (BRASIL, 2018, p.87):

  • diferenciar desenhos/grafismos (símbolos) de grafemas/letras (signos);
  • desenvolver a capacidade de reconhecimento global de palavras (que chamamos de leitura “incidental”, como é o caso da leitura de logomarcas em rótulos), que será depois responsável pela fluência na leitura;
  • construir o conhecimento do alfabeto da língua em questão;
  • perceber quais sons se deve representar na escrita e como;
  • construir a relação fonema-grafema: a percepção de que as letras estão representando certos sons da fala em contextos precisos;
  • perceber a sílaba em sua variedade como contexto fonológico desta representação;
  • até, finalmente, compreender o modo de relação entre fonemas e grafemas, em uma língua específica.

Sabendo disso, o professor alfabetizador deve procurar meios e práticas que possibilitem que a criança alcance os requisitos necessários para ser alfabetizada de forma clara, respeitosa e participativa.

*Este é o TERCEIRO artigo da série de cinco artigos Alfabetização baseada na Ciência. Os artigos serão publicados todas as quintas-feiras do mês de novembro de 2023.

BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, 2018.

Authors

Emily Marini

Graduada em Pedagogia pelo Centro Universitário Adventista de São Paulo, Brasil.

Fabiana Schonardie

Graduada em Pedagogia no Centro Universitário Adventista de São Paulo, Brasil.

Giza Sales

Doutora em Educação pela Universidade Estadual Paulista (UNESP). Docente do Centro Universitário Adventista de São Paulo, Brasil.

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