Para que o aluno seja considerado alfabetizado, espera-se que ele saiba o alfabeto, em sua forma fonêmica, os sons da língua, e seus grafemas, letras. Entender a mecânica da escrita e da leitura é indispensável para que o indivíduo consiga codificar e decodificar uma mensagem. É válido saber que “alfabetizar é trabalhar com a apropriação pelo aluno da ortografia do português do Brasil escrito, compreendendo como se dá este processo (longo) de construção de um conjunto de conhecimentos sobre o funcionamento fonológico da língua pelo estudante. Para isso, é preciso conhecer as relações fono-ortográficas, isto é, as relações entre sons (fonemas) do português oral do Brasil em suas variedades e as letras (grafemas) do português brasileiro escrito.” (BRASIL, 2018, p.35)
É necessário que o aluno consiga fazer a ligação entre os sons que a palavra possui, para saber quais letras a formam, e, por fim, como se escreve. Bem, sabemos que aprender uma língua não é tão simples e que o processo pode ser mais complicado, por conta das variações de determinada língua e seus ricos fonemas. Para isso é necessário adotar métodos que facilitem a aprendizagem do aluno em relação à consciência fonológica.
Por exemplo, os pontos necessários para a jornada da alfabetização em língua portuguesa são listados pela BNCC (BRASIL, 2018, p.87):
- diferenciar desenhos/grafismos (símbolos) de grafemas/letras (signos);
- desenvolver a capacidade de reconhecimento global de palavras (que chamamos de leitura “incidental”, como é o caso da leitura de logomarcas em rótulos), que será depois responsável pela fluência na leitura;
- construir o conhecimento do alfabeto da língua em questão;
- perceber quais sons se deve representar na escrita e como;
- construir a relação fonema-grafema: a percepção de que as letras estão representando certos sons da fala em contextos precisos;
- perceber a sílaba em sua variedade como contexto fonológico desta representação;
- até, finalmente, compreender o modo de relação entre fonemas e grafemas, em uma língua específica.
Sabendo disso, o professor alfabetizador deve procurar meios e práticas que possibilitem que a criança alcance os requisitos necessários para ser alfabetizada de forma clara, respeitosa e participativa.
*Este é o TERCEIRO artigo da série de cinco artigos Alfabetização baseada na Ciência. Os artigos serão publicados todas as quintas-feiras do mês de novembro de 2023.
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, 2018.