Liderança servidora e a demonstração de autenticidade

Sustainable Leadership March 15, 2023

Organizações saudáveis têm uma visão peculiar de como devem ser um líder. Os líderes devem ser abertos, reais, abordáveis e responsáveis em relação aos outros. Eles não estão acima dos outros devido à sua “posição”. Na realidade, posição corresponde à responsabilidade e não ao valor. Neste artigo da série Liderança Servidora falaremos da quarta disciplina fundamental, a demonstração de autenticidade.

Para construir uma cultura de autenticidade ou cultura de confiança é necessário ser aberto e responsável. Os líderes resistirão a tendência de proteger-se a todo custo. Quando cometerem erros, admitirão. Eles reconhecerão que prestarão contas aos outros e não somente “sobre” outros. As pessoas de uma organização saudável podem correr riscos sendo abertas entre si devido ao alto nível de confiança.

A disposição para aprender é crucial. Nesse mundo de constantes mudanças, os aprendizes “herdarão a terra”, enquanto os entendidos são maravilhosamente preparados para um mundo que não mais existe (Erick Hoffer). As pessoas de uma organização saudável aceitam de boa vontade o papel de um aprendiz. Os líderes sabem que têm muito a aprender e que cada um tem algo de importante a ensinar-lhes. Os líderes nem sempre sabem o que é necessário e o que deve ser feito. Estão dispostos a escutar antes de dar sugestões. Eles perguntam e estão sinceramente interessados nas respostas.

Autenticidade está em linha com honestidade e integridade. Organizações saudáveis recusam fazer atalhos em relação à verdade. Quando prometem farão de tudo para cumprir. As pessoas aprendem que podem confiar no que é dito e que nesta organização as ações combinam com as palavras.

Na maioria das pesquisas realizadas por Kouzes e Posner (2008) sobre as características que as pessoas procuram em um líder, a honestidade foi a qualidade selecionada mais vezes do que qualquer outra característica de liderança. Segundo os autores, quando uma pessoa escolhe seguir alguém, ela quer, em primeiro lugar, assegurar-se de que a pessoa merece sua confiança, que tem um comportamento ético e reúne alguns princípios. Kouzes e Posner (2008, p. 30) afirmam: “Seja qual for a situação, as pessoas querem confiar plenamente em seus líderes e, para que essa confiança seja completa, têm de acreditar que seus líderes são donos de caráter firme e sólida integridade”.

Nada é mais gratificante do que um relacionamento de confiança e nada possui mais influência do que uma reputação com confiança. Confiança é como um aquífero – um enorme reservatório de água subterrâneo que alimenta todos os poços da superfície. Quando o líder está aberto sobre sua própria vulnerabilidade, as pessoas aprendem a confiar nele e respeitá-lo como um ser humano autêntico e um ser coerente. Os melhores líderes sabem que não podem ser perfeitos, de forma que acolhem as “críticas construtivas”, vindas daquelas pessoas que se importam tanto que se dispõem a dizer a verdade a seus líderes.

Ver os outros artigos da série:

  1. Liderança Alinhada com os Ensinos de Cristo
  2. Pilares da liderança servidora
  3. Valorização das pessoas
  4. Desenvolvimento das pessoas
  5. Construção de comunidade

Kouzes, J. M & Posner, B. Z. (2008). O Novo Desafio da Liderança. (2ª Ed.). Rio de Janeiro, RJ: Campus.

Author

Antonio Marcos Alves

Alves holds degrees in accounting and pedagogy, as well as business administration and marketing. He obtained his master’s and doctorate in leadership from Andrews University, USA. Alves has been working in Adventist education since 1993 and is currently the director of Adventist education for the South American Division.

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