Organizações saudáveis têm uma visão peculiar de como devem ser um líder. Os líderes devem ser abertos, reais, abordáveis e responsáveis em relação aos outros. Eles não estão acima dos outros devido à sua “posição”. Na realidade, posição corresponde à responsabilidade e não ao valor. Neste artigo da série Liderança Servidora falaremos da quarta disciplina fundamental, a demonstração de autenticidade.
Para construir uma cultura de autenticidade ou cultura de confiança é necessário ser aberto e responsável. Os líderes resistirão a tendência de proteger-se a todo custo. Quando cometerem erros, admitirão. Eles reconhecerão que prestarão contas aos outros e não somente “sobre” outros. As pessoas de uma organização saudável podem correr riscos sendo abertas entre si devido ao alto nível de confiança.
A disposição para aprender é crucial. Nesse mundo de constantes mudanças, os aprendizes “herdarão a terra”, enquanto os entendidos são maravilhosamente preparados para um mundo que não mais existe (Erick Hoffer). As pessoas de uma organização saudável aceitam de boa vontade o papel de um aprendiz. Os líderes sabem que têm muito a aprender e que cada um tem algo de importante a ensinar-lhes. Os líderes nem sempre sabem o que é necessário e o que deve ser feito. Estão dispostos a escutar antes de dar sugestões. Eles perguntam e estão sinceramente interessados nas respostas.
Autenticidade está em linha com honestidade e integridade. Organizações saudáveis recusam fazer atalhos em relação à verdade. Quando prometem farão de tudo para cumprir. As pessoas aprendem que podem confiar no que é dito e que nesta organização as ações combinam com as palavras.
Na maioria das pesquisas realizadas por Kouzes e Posner (2008) sobre as características que as pessoas procuram em um líder, a honestidade foi a qualidade selecionada mais vezes do que qualquer outra característica de liderança. Segundo os autores, quando uma pessoa escolhe seguir alguém, ela quer, em primeiro lugar, assegurar-se de que a pessoa merece sua confiança, que tem um comportamento ético e reúne alguns princípios. Kouzes e Posner (2008, p. 30) afirmam: “Seja qual for a situação, as pessoas querem confiar plenamente em seus líderes e, para que essa confiança seja completa, têm de acreditar que seus líderes são donos de caráter firme e sólida integridade”.
Nada é mais gratificante do que um relacionamento de confiança e nada possui mais influência do que uma reputação com confiança. Confiança é como um aquífero – um enorme reservatório de água subterrâneo que alimenta todos os poços da superfície. Quando o líder está aberto sobre sua própria vulnerabilidade, as pessoas aprendem a confiar nele e respeitá-lo como um ser humano autêntico e um ser coerente. Os melhores líderes sabem que não podem ser perfeitos, de forma que acolhem as “críticas construtivas”, vindas daquelas pessoas que se importam tanto que se dispõem a dizer a verdade a seus líderes.
Ver os outros artigos da série:
- Liderança Alinhada com os Ensinos de Cristo
- Pilares da liderança servidora
- Valorização das pessoas
- Desenvolvimento das pessoas
- Construção de comunidade
Kouzes, J. M & Posner, B. Z. (2008). O Novo Desafio da Liderança. (2ª Ed.). Rio de Janeiro, RJ: Campus.